
02 out Chupetas. Prós e contras.
Não é por acaso que em inglês elas são chamadas de pacifier. As chupetas ajudam a acalmar o bebê, principalmente na hora de dormir. Mas é preciso avaliar vantagens e desvantagens antes de introduzir esse hábito.
Vantagens do uso da chupeta
• A principal vantagem do uso da chupeta é acalmar o bebê e ajudá-lo a dormir. O ato de sugar a chupeta ajuda a aliviar a dor, porque relaxa o bebê, por isso muitos pais recorrem a ela quando a criança sofre de cólica ou não está conseguindo se acalmar. Ao sugar, os batimentos cardíacos do bebê ficam mais regulares.
• Cada bebê é diferente na necessidade de sucção. Há crianças que requisitam o seio o tempo todo, mas não porque estejam com fome e sim porque precisam do conforto de sugar. Embora o assunto seja polêmico, existe uma ligação entre o uso de chupetas e o abandono precoce da amamentação.
• A chupeta pode, em certos casos, ajudar bebês prematuros que estejam com dificuldade de pegar o bico do seio ou da mamadeira, para poder abandonar a alimentação por sonda. Ela funciona como um treino para a sucção.
• A chupeta pode reduzir o risco de morte súbita. Um estudo publicado no British Medical Journal analisou o uso de chupetas por vítimas da síndrome e concluiu que a presença da chupeta estava associada a um risco menor, especialmente quando havia outros fatores de risco, como dormir de bruços ou dormir com muita roupa de cama. No entanto, os estudos ainda são preliminares e ainda precisam de confirmação.
Desvantagens do uso da chupeta
- Otites – existe uma relação comprovada entre o uso prolongado de chupeta e otites, ou seja, infecções de ouvido. Não se sabe exatamente se a relação é a causa direta, mas é preciso levar a estatística em conta. Acredita-se que o uso da chupeta aumente a propensão da migração de infecções para a trompa de Eustáquio (a passagem oca que liga o ouvido médio e a garganta). Para evitar esse tipo de problema, limite o uso da chupeta à hora de dormir.
- Infecções em geral – o uso da chupeta já foi estatisticamente associado a um risco maior da presença de sintomas como vômitos, febre, diarreia e cólica. A explicação não é clara, mas, para garantir, se você for dar a chupeta ao seu filho, esterilize-a com frequência e carregue sempre uma limpa de reserva para o caso de a que ele estiver usando cair no chão.
- Problemas dentais – o uso prolongado de chupeta, mesmo ortodôntica, e o costume de chupar o dedo podem causar problemas no desenvolvimento dos dentes, principalmente se a criança ainda tiver o hábito quando os dentes permanentes já estiverem nascendo. Esses problemas costumam exigir o uso de aparelhos ortodônticos.
- Problemas de fala – o uso da chupeta impede os bebês de emitir alguns sons que são importante no processo de aprender a falar. Em crianças maiores, reprime a fala, inibindo o desenvolvimento da linguagem. Esse tipo de problema é amenizado se o uso da chupeta ficar limitado à hora do sono.
- Prejuízo à amamentação – existem fortes dados mostrando que mulheres que dão chupetas aos bebês tem maior probabilidade de desmamar os filhos mais cedo que mulheres que não dão a chupeta todos os dias.
Como usar a chupeta
O choro constante do bebê pode desestabilizar a família inteira e o que o bebê mais precisa para se desenvolver com saúde é de um ambiente tranquilo. Em nome dessa paz pode ser que valha a pena tentar a chupeta. Para isso, siga as seguintes dicas:
- Use chupetas ortodônticas e adequadas para a idade do bebê (procure informações na embalagem).
- Mantenha as chupetas sempre limpas – esterilize-as com frequência, idealmente todos os dias, pelo menos nos primeiros três meses do bebê. Se for guardá-las dentro de caixinhas especiais, esterilize a caixinha também.
- Troque a chupeta se notar que ela está desgastada, furada ou grudenta.
- Nunca mergulhe a chupeta em alimentos doces como açúcar, para fazer o bebê parar de chorar. Esse costume pode provocar cáries. A funchicória, erva em pó muito usada para acalmar os bebês, também é doce. Converse sempre com o pediatra antes de usá-la.
- Limite o uso da chupeta ao estritamente necessário, como durante crises de cólica ou na hora de dormir. O uso prolongado de chupetas está relacionado à ocorrência de otites e outros problemas.
- Espere o bebê precisar da chupeta, em vez de colocá-la na boca dele automaticamente.
- Tente tirar o hábito de chupar chupeta o quanto antes e se esforce ao máximo para que o costume já tenha sido abandonado de vez quando os dentes permanentes estiverem para nascer (por volta dos 6 anos). O mais comum é os pais começarem a pensar em tirar a chupeta por volta dos 2 anos, mas você pode fazer isso mais cedo, até antes de 1 ano. A necessidade de sucção é muito maior nos primeiros meses. Depois os interesses do bebê se voltam para outros sentidos e vale a pena aproveitar a deixa para acabar com o hábito.
- Não deixe que o uso da chupeta vire um vício para o bebê, especialmente durante o dia. Não a deixe à disposição e evite usar cordinhas para prender a chupeta à roupa. Não é demais repetir: limite o uso para quando ele for absolutamente necessário.
Como largar a chupeta
Seu filho está o tempo todo de chupeta na boca? Você acha que ele já está grandinho para a chupeta? Experimente essas ideias para acabar com o hábito:
- Vá diminuindo aos poucos os períodos em que permite o uso da chupeta.
- Restrinja a chupeta a momentos críticos do dia, como a hora de dormir ou quando seu filho está doente, se sentindo mal. Seja firme.
- Se for premiar a criança por não usar a chupeta, prefira brincadeiras, passeios, privilégios, adesivos ou presentinhos simples – não dê doces a ela no lugar da chupeta.
- Reforce a ideia de que crianças mais velhas não usam chupeta – elas adoram se sentir mais crescidas.
- Incentive a criança a dar as chupetas para alguém – nem que seja o Papai Noel ou o coelhinho da Páscoa. E, depois que ela der, faça de tudo para não voltar atrás. Se não houver nenhuma data apropriada próxima, você pode inventar a “fada da chupeta”, que deixa um presentinho em troca.
- Converse com outros pais para saber que estratégias eles usaram. Há quem faça, por exemplo, um furinho na chupeta, prejudicando a sucção, e diga ao filho que a chupeta “quebrou”.
- Identifique os sinais de que seu filho está pronto para largar a chupeta e aproveite o momento. Durante um resfriado, é comum que a criança rejeite a chupeta, pois precisa respirar pela boca por causa do nariz entupido. Se isso acontecer, tire as chupetas de vista e espere. Quando seu filho pedir a chupeta, não dê imediatamente. Pode ser que ele largue o hábito naturalmente.
- Invista na rotina da hora de dormir: anuncie uma mudança (um bichinho novo, a mudança do berço para a cama, um novo hábito, de ouvir música ou contar histórias de um livro, por exemplo), e explique que na nova rotina – de criança grande – não há espaço para a chupeta. O entusiasmo com a novidade pode ajudar.
Fonte: BabyCenter
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